[imagem: Schiele, 1910]

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Manifesto de repúdio ao PDC que visa sustar a Resolução CFP 001/1999

O Conselho Federal de Psicologia está lutando por uma audiência democrática e participativa

O CFP vem publicamente manifestar seu repúdio à forma antidemocrática com que vem sendo construído o “debate” sobre o Projeto de Decreto Legislativo 234/2011, que visa sustar a aplicação de trechos da Resolução CFP 01/1999, que estabelece normas de atuação para as(o) psicólogas(o) em relação à orientação sexual.

O projeto, de autoria do deputado João Campos –(PSDB/GO), é pauta de Audiência Pública marcada para o dia 28 de junho, por requerimento dos Deputados Roberto de Lucena (PV-SP) e Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Quatro, dos(a) cinco(a) profissionais convidados(a) para a mesa indicam posicionamento favorável à suspensão dos artigos da Resolução e não representam instituições ou lugares de produção de conhecimento que possam garantir a necessária pluralidade ao debate.

Além disso, outros atores importantes não foram sequer convidados ao debate, como o Ministério Público e o CNCD/LGBT (Conselho Nacional de Combate a Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). Conselho esse que tem a missão de propor e debater a política de direitos humanos na sua interface com a questão da diversidade sexual. Em especial, não foram convidados também segmentos do Movimento Social ou representações da sociedade civil organizada, que expressam a defesa dos direitos das pessoas LGBT.
Vale salientar que a militância LGBT congrega inúmeras entidades que vêm garantindo o avanço da promoção dos direitos humanos nas políticas públicas. A exemplo disso, citamos a recente decisão judicial da Corte Suprema do país, o STF, de reconhecer a união estável homoafetiva, como emblema da sensibilidade da sociedade brasileira e do poder judiciário.

Nesse sentido, é lamentável que audiências públicas, dispositivos de grande potência democrática, presentes na formação de opiniões, sejam desperdiçadas ao invés de ouvir diferentes atores, como preconiza o próprio Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

Cabe destacar que a Resolução do CFP 001/99 é um marco internacional na defesa dos direitos humanos. Ainda no ano de 1970, a American Psychological Association retirou do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) a homossexualidade do rol de transtornos psicológicos. Seguindo este

posicionamento, dentre as organizações internacionais, em 1993, a Organização Mundial de Saúde excluiu a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados com a Saúde (CID 10). No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Medicina reafirma essa decisão. Inclusive, o psiquiatra Robert Spitzer, considerado o pai da Psiquiatria Moderna e conhecido pelo apoio ao uso da chamada terapia reparativa para “cura” da homossexualidade, após 11 anos, veio a público pedir desculpas às pessoas LGBT.

A norma foi construída no âmbito da regulamentação da Psicologia e rapidamente tornou-se referência dos poderes legislativo, judiciário e executivo, sendo citada como dispositivo orientador exemplar de garantia de direitos, servindo de referência para outras profissões, para instituições de ensino superior e de pesquisa.

É preocupante que um Projeto de Decreto Legislativo esteja sendo utilizado para atender interesses personalísticos ao invés de estar a serviço do bem comum. Ademais, é preciso lembrar que eventual ato de sustação pode ser objeto de questionamento judiciário, inclusive com o argumento de sua inconstitucionalidade, já que o PDC flagrantemente exorbita a função do Congresso.

O CFP reafirma a importância da construção democrática e se coloca à disposição para os debates críticos, reflexivos, construtivos e respeitosos, que refletem a real intenção de incluir todas as vozes, como sempre fez, e se nega a colaborar com falsos debates de cunho unilateral como o dessa audiência.

PELA PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS! QUE ASSEGUREM TODAS AS VOZES!
PELO DEBATE RESPEITOSO QUE GARANTA OS DIREITOS HUMANOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA!

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA

Brasília, 27 de junho de 2012.

Fonte: http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_120627_001.html

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Reportar e Documentar, por Luiz Fuganti


Esse vídeo foi encontrado no site da Escola Nômade de Filosofia. Trata-se da gravação de uma oficina realizada pelo filósofo Luiz Fulganti sobre o reportar e o documentar.
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Oficina de Estética em Cinema: Reportar e Documentar  

Reportar ou desenvolver a potência de criar acontecimento nas práticas de registro audiovisual a partir da apreeensão das emergências de zonas relevantes de tensão social. Atmosfera em que cada participante é estimulado a desenvolver seu próprio projeto ao mesmo tempo em que o experimenta e o põe a prova na conexão com o grupo. 



Oficina de estética em cinema: reportar e documentar I from Escola Nômade de Filosofia on Vimeo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Oficina MARGENS - Mulher gosta de apanhar?



Essa oficina faz parte da programação da campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres".

Campanha 16 Dias de Ativismo mobiliza Florianópolis pelo fim da violência contra as mulheres

Iniciativa de fortalecimento e sensibilização iniciará em 20 de novembro.

A Campanha 16 dias de ativismo traz para este ano o tema: “Uma vida sem violência é um direito das mulheres”. Com a mobilização da Prefeitura de Florianópolis por meio da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, o evento inicia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, e se estende até 10 de dezembro.

Com ações estratégicas, a campanha tem por objetivo promover debates, sensibilizar e dar visibilidade a respeito das diferentes formas de violência contra as mulheres. A programação compreende palestras, mobilizações e oficinas entre outras atividades.

A iniciativa será em parceria com os Conselhos de Direitos, órgãos governamentais, não Governamentais e sociedade civil. A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo fim da Violência contra as Mulheres existe há 20 anos, e atualmente é realizada em 159 países no período de 25 de novembro a 10 de dezembro. No Brasil, o movimento inicia com alguns dias de antecedência.

fonte: http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/semas/?pagina=notpagina&menu=3&noti=5660

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Vale lembrar que o Núcleo Margens é parceiro da campanha e que estamos com atividades na programação.
Para acessar a programação clique aqui.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

exclusão



Quando as pessoas não pertencem a uma comunidade, não têm mais direitos humanos.
Na inexistência dessa tutela organizada, são os acidentes da simpatia, a força da amizade ou a graça do amor os únicos elementos que oferecem a um pária a base precária que confirma a sua dignidade humana.




Celso Lafer [comentando a condição de "mulher e judia" da teórica da política Hannah Arendt durante a primeira metade do século XX]